Antes do clássico entre Sada Cruzeiro e Minas Tênis em Sete Lagoas, uma partida de exibição da equipe AMDA de Vôlei Sentado foi a atração no ginásio do Unifemm, no início da noite dessa terça-feira, 14/10. E os atletas da modalidade paralímpica, exemplo da paixão pelo esporte e superação de limites, aproveitam a oportunidade de assistir ao duelo decisivo pelo Campeonato Mineiro.

Adalberto Maia, 26 anos, desenvolvedor de software e amputado da perna direita, é um dos destaques do time. Segundo ele, que em quadra atua na posição de central, a trajetória do Sada Cruzeiro é um incentivo para o grupo.

“Sempre que a gente pode, quando não é dia de treino, a gente tenta acompanhar os jogos em Contagem. O próprio exemplo do Sada é ótimo para nós. É um time que cresceu, evoluiu e conquistou tanta coisa. Eles são inspiração para todo mundo. A gente tem como meta chegar cada vez mais alto. Vendo os jogos a gente observa, quer aprender”, conta o jogador, que citou os desafios que o grupo tem que transpor para praticar o esporte.

“Tudo começou como um projeto, mas hoje somos uma equipe. No ano passado disputamos o Campeonato Brasileiro Série C, fomos vice-campeões e subimos para a segunda divisão. Nosso objetivo é a série A e vamos lutar por isso. Jogando entre os melhores, a gente sonha com uma vaga na seleção brasileira nos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio. Esse é outro grande sonho. Precisamos de apoio e de um pouco mais de espaço para seguirmos crescendo”, disse Adalberto.

Na equipe AMDA hoje são 15 atletas, que treinam duas vezes por semana no Instituto Superar, no bairro Carlos Prates, na capital.

Em 2013, a Federação Mineira de Vôlei – FMV, oficializou a criação da Comissão de Vôlei Sentado, órgão que recebe apoio da entidade na disseminação e valorização do esporte no estado.

Atletas do Vôlei Sentado fizeram uma partida de exibição no ginásio do Unifemm, antes do clássico – Foto: Divulgação Unifemm

 A modalidade

O Vôlei Sentado é uma modalidade paralímpica e a primeira participação brasileira aconteceu em Pequim, em 2008. O esporte foi criado em 1956, na Holanda, numa fusão do voleibol convencional e do sitzbal, esporte alemão que não tem rede e é praticado por pessoas com mobilidade limitada e jogam sentadas. Nela, podem competir atletas amputados, paralisados cerebrais, lesionados na coluna vertebral e pessoas com outros tipos de deficiência locomotora.